Mas há momentos em que desejamos tanto terminar a nossa existência, para acabar com a dor (será?) ou para irmos ter com quem deixou um corpo imóvel, sem acção, a apodrecer a pouco e pouco. Será que encontraríamos quem deixou esse corpo? Talvez... Certamente a dor seria maior... Quem sabe...
Resta-nos, então, sofrer, consentir a saudade e a mágoa. Deixá-la, sem remédio, apoderar-se de todo o nosso ser...
E juntamente com a dor de nunca mais vermos alguém muito querido soma-se a dor de não lhe termos dito tudo o que queríamos, de não termos feito juntos tudo o que queríamos, de não termos partilhado tudo o que queríamos, de não termos rido tudo o que queríamos... Tudo isso por falta de tempo (dizemos nós)...
E junta-se uma nova dor, a do arrependimento...
A nossa vida é uma dor constante...
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