segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Dor



A vida é efémera... Tão efémera! Mas só nos damos conta disso quando somos confrontados directamente. Pensamos que somos eternos, que a nossa curta vida é uma eternidade, mas de um momento para o outro tudo se desmorona, tudo desaba, tudo cai... É assim que nos apercebemos do quão insignificantes somos... E surge a dor. A dor repentina, a dor tão forte que parece que não vamos aguentar. E de tão forte que é desejamos sucumbir, porque achamos que não a suportamos. Desejamos perecer! Que irónico, é precisamente aquilo pelo que lutamos toda a vida...

Mas há momentos em que desejamos tanto terminar a nossa existência, para acabar com a dor (será?) ou para irmos ter com quem deixou um corpo imóvel, sem acção, a apodrecer a pouco e pouco. Será que encontraríamos quem deixou esse corpo? Talvez... Certamente a dor seria maior... Quem sabe...

Resta-nos, então, sofrer, consentir a saudade e a mágoa. Deixá-la, sem remédio, apoderar-se de todo o nosso ser...

E juntamente com a dor de nunca mais vermos alguém muito querido soma-se a dor de não lhe termos dito tudo o que queríamos, de não termos feito juntos tudo o que queríamos, de não termos partilhado tudo o que queríamos, de não termos rido tudo o que queríamos... Tudo isso por falta de tempo (dizemos nós)...

E junta-se uma nova dor, a do arrependimento...
A nossa vida é uma dor constante...


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