quarta-feira, setembro 20, 2006

À deriva...

sexta-feira, setembro 15, 2006

Tu, Meu Amor Impossível

"Sussurros imaginários
Que passeiam e deambulam
Pelos cantos vazios e escuros
Do meu quarto…
É o eco da tua voz
Que me mantém este sorriso louco
E feliz na face…
Vã e insólita
É a esperança de te ter finalmente
Em meus braços…
Até quando vai a ilusão
Deste amor impossível
Assombrar as minhas noites
E fazer-me evocar o teu nome
Com ansiedade?
Oh mente doentia, a minha!
Por mais que saiba
Que nunca te vou ter,
És tu, meu doce Anjo,
Quem, eternamente, eu vou querer…"


Karl Goth

Anjo Azul

Pairas, solene e perdida,
como um anjo,
como uma estrela,
nunca como sombra.
És azul!
Eu te vejo agora,
percebo a luz que irradias,
és beleza etérea,
és mulher dos sonhos,
és um anjo azul.
Vem luz da manhã,
abre teus raios,
clareia meu caminho,
embala meu dia,
seduz minha noite.
De ti espero o beijo,
do teu corpo, o desejo,
da tua alma...
Ah tua alma,
brilhante,
como se Deus
tocasse através de ti
o coração dos homens.
Vem anjo azul,
embala meu sono.
.
Martha Moro da Rocha


quarta-feira, setembro 06, 2006

O Louco


«Sabem como fiquei louco?
Há muito tempo, muito antes de terem nascido os deuses, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas.
As sete máscaras que tinha fabricado meticulosamente tinham desaparecido.
Sem nenhuma máscara saí para a rua cheia de gente a gritar: "Ladrões! Malditos ladrões!"
Todos se riram de mim, mas alguns fugiram e fecharam-se em casa com medo.
Quando cheguei à praça principal uma criança que estava sobre o telhado de uma casa gritou: "Olhem é um louco!"
Voltei a cabeça para o ver e pela primeira vez o sol encontrou o meu rosto sem máscara.
O sol iluminou ao mesmo tempo o meu rosto e a minha alma.
A partir desse dia nunca mais usei máscara, e agora agradeço todos os dias ao ladrão que me a roubou.
Agora que já sabem como me tornei num louco, posso confessar-lhes que encontrei muita liberdade e segurança na minha loucura.
A liberdade da solidão e a segurança de nunca ser compreendido (aqueles que nos compreendem fazem de nós escravos).
No entanto sei que não posso orgulhar-me demasiado da minha segurança, pois nem o ladrão encarcerado está livre de encontrar outro ladrão.»

Khalil Gibran