segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Dor



A vida é efémera... Tão efémera! Mas só nos damos conta disso quando somos confrontados directamente. Pensamos que somos eternos, que a nossa curta vida é uma eternidade, mas de um momento para o outro tudo se desmorona, tudo desaba, tudo cai... É assim que nos apercebemos do quão insignificantes somos... E surge a dor. A dor repentina, a dor tão forte que parece que não vamos aguentar. E de tão forte que é desejamos sucumbir, porque achamos que não a suportamos. Desejamos perecer! Que irónico, é precisamente aquilo pelo que lutamos toda a vida...

Mas há momentos em que desejamos tanto terminar a nossa existência, para acabar com a dor (será?) ou para irmos ter com quem deixou um corpo imóvel, sem acção, a apodrecer a pouco e pouco. Será que encontraríamos quem deixou esse corpo? Talvez... Certamente a dor seria maior... Quem sabe...

Resta-nos, então, sofrer, consentir a saudade e a mágoa. Deixá-la, sem remédio, apoderar-se de todo o nosso ser...

E juntamente com a dor de nunca mais vermos alguém muito querido soma-se a dor de não lhe termos dito tudo o que queríamos, de não termos feito juntos tudo o que queríamos, de não termos partilhado tudo o que queríamos, de não termos rido tudo o que queríamos... Tudo isso por falta de tempo (dizemos nós)...

E junta-se uma nova dor, a do arrependimento...
A nossa vida é uma dor constante...


segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Não quero nada!


Não quero ver!

Não quero ouvir!

Não quero falar!

Não quero sentir!

Não quero nada! Afinal quero...
Quero transformar-me em pedra!

Sinto


Sinto tantas coisas. Mas a que mais sinto é que estou a morrer aos poucos. Na verdade não sei se estou a morrer aos poucos. Apenas sinto que me estão a tirar cada parte do meu corpo aos poucos. Parte por parte, órgão por órgão. Mas assim não se morre pois não?

Que pena!... É uma dor na alma ver o corpo ser dilacerado dia após dia. E a dor na alma é muito pior do que aquela quando nos arrancam um pedaço do corpo. O corpo é algo que usamos, ou abusamos, quando pegámos num monte de pó e moldamos um bonequinho. Não tarda muito o nosso corpo voltará às origens, foi-nos só emprestado...

E a alma? Irá continuar a doer-nos?

Apetecia-me tanto apressar o destino...

domingo, fevereiro 20, 2011

É sempre o mesmo ciclo, a mesma roda


Por muito que lutemos contra apanhamos sempre tempestades, grandes, pequenas... Lutamos... Conseguimo-nos equilibrar no barco, por vezes. Outras, é impossível não cair e andamos a lutar no mar bravio para conseguirmos chegar a algum cais. E chegamos. A tempestade foi-se embora, veio a calmaria, conseguimos por-nos de novo de pé.

E, novamente, normalmente sem esperarmos, deparamo-nos de novo um o mar furioso, irrascível e, sem nos explicar porquê, parece que nos quer engolir. Sem dó... Sem piedade... Sem misericórdia...

No entanto, é nele que muitas vezes encontramos paz...

Engraçada esta roda... ou talvez não...